Ersoão em São Pedro e Lavos

O problema da erosão costeira em São Pedro e Lavos, i.e. nas praias directamente a sul do Rio Mondego, é mais grave do que parece e não se resolve com engenharia civil pesada. Enquanto persistir o molhe norte, uma verdadeira aberração, as praias a sul não serão carregadas com areia. Logo, ficam depauperadas. Ali a norte da Gala e Lavos estão milhões de toneladas de areia, artificialmente retidas pela acção humana.

A existência de Barragens a montante dos rios também não ajuda. Os sedimentos e inertes que eram trazidos ficam no fundo das lagoas artificiais criadas pelas barragens.

A solução que é apontada pela vox populi, e a que o INAG se opõem, é simplesmente emparedar a costa. Ficaremos como a Holanda, mais dia menos dia, com praias de betão e uma visão horrenda, porque completamente artificial da costa portuguesa.

Existem ainda outras soluções como por exemplo:

Soluções viáveis pressupõem vontade política

No entanto, esta tendência [erosão costeira] pode reverter-se, havendo vontade política e condições económicas. Algumas das soluções apontadas passam pela transferência artificial dos sedimentos do molhe norte para o sul ou pela destruição dos esporões substituindo-os pela re-alimentação artificial das praias. “Actualmente, são estas as soluções que se têm vindo a adoptar em outras partes do mundo. Nos EUA, por exemplo, há estados onde é totalmente proibido construir esporões. Os que já tinham sido construídos foram retirados, substituindo estas intervenções invasivas pela re-alimentação artificial e periódica das praias, e realmente verificou-se uma recuperação nítida das mesmas.

Estas medidas têm os seus encargos mas se avaliarmos os custos da construção de um esporão e a sua manutenção, acaba por ficar mais barato fazer a re-alimentação. Foi com esta opção que se recuperaram as praias da Costa Nova e da Barra na década de 70/80”.

Prof. Doutora Cristina Bernardes, Universidade de Aveiro

Definição de Molhe:
Um molhe é uma obra marítima de engenharia hidráulica que consiste numa estrutura costeira semelhante a um pontão, ou estrutura alongada que é introduzida nos mares ou oceanos, fixada no leito aquático pelo peso próprio das pedras ou dos blocos de concretos, emergindo da superfície aquática. Necessariamente uma ponta do molhe se situa no mar e a outra ponta do molhe em terra. Pode ter por finalidade a de atracar uma embarcação nas costas que não contam com águas suficientemente profundas ou ainda pode servir para manter aberta (livre do assoreamento) a boca de um estuário de um rio ou de uma lagoa, como no caso da Lagoa dos Patos no porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul ou na Lagoas de Marapendi e de Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Sua estrutura pode ser de construída de blocos especiais de concreto (tetrápodes) ou de rochas. Eles são calculados , normalmente, para uma determinada altura de onda com um período de retorno especificado. O cálculo de uma estrutura marítima deste porte, assim como de diques, esporões e outras é realizado por especialistas em engenharia hidráulica. Não se deve confundir um molhe com um pier que é uma estrutura suspensa apoiada em pilares nem cxom quebra-mar que possui as duas pontas mergulhadas dentro da água.
in Wikipedia

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Condutores embriagados

O areal da praia urbana da Figueira da Foz

Alferes Robles, massacres de 1961 e a Guerra de Angola