Ideias erradas sobre a Poda de Árvores Ornamentais

Recebi um texto pertinente de Teresa Leal, pessoa que conhece bem as lides da jardinagem, sobre as podas e a respectiva envolvente :

...relativamente às podas de árvores ornamentais
Mas faz-me muita confusão que a única solução seja voltar a fazer "forcas" todos os outonos e a primavera nascer com uns pompons em cima duns paus!

Claro que temos que co-habitar com a "proximidade de edifícios, cabos eléctricos, telefónicos ou outras
situações de risco evidente", não podemos não ter árvores porque estamos na cidade, antes pelo contrário mas, como Ribeiro Telles diz, às vezes é melhor cortar a árvore pela raiz e plantar outra (ou arbusto ou flor) que se enquadre no espaço.

O problema das nossas cidades (e muitas por esse mundo fora), é que as árvores são vistas como um ser invasor que é necessário controlar para não estragar os objectos do homem ou então como elemento decorativo ou chamativo para venda, mas sem uma preocupação de enquadramento no local, clima e utilidade da zona.

Tudo seria muito mais fácil se, ao planear uma zona urbana os vegetais fizessem parte do projecto desde o primeiro esboço, dando primazia às árvores existentes e adaptando o betão a elas (utopia? não creio) e não apenas importar vegetação que não pertencia ao local. Claro que o planeamento tem que ter em conta o crescimento típico de cada árvore e arbusto (se não vai interferir com os cabos eléctricos, com a visão do vizinho do 1º andar ou a sombra do 2º, com o pavimento, pragas, incómodo pelas folhas mortas ou alergias, etc. Não me parece difícil, basta planear e fazer os cálculos correctos como se faz para construir um edifício.

Há uns tempos costumava chocar-me com a plantação palmeiras em Portugal. Mas observando melhor (apenas observação, não são dados técnicos) há situações que até me parece uma boa opção (claro que sem o exagero que se vêm nalguns locais e retirando as vergas ou cordéis que envolvem as suas copas para transporte, o que muitas vezes não acontece!!!): as suas raízes crescem na vertical, não danificando o pavimento (quanto a canalizações não sei), a copa é muito limitada, sendo fácil prever com o que interfere, não cria demasiada sombra, quando esta não é desejada, pode até criar uma semi barreira visual sem ser completamente fechada (na zona central de estradas) Uma alameda de palmeiras cria uma imagem bonita, verde e com pouca interferência, parece-me, com a construção.


Teresa Leal

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