Lixeira em Vila Verde
Foto : Ecocentro
No jornal As Beiras foi publicada uma notícia sobre mais uma lixeira a céu aberto no concelho da Figueira da Foz. Mais uma. Existem seguramente dezenas de lixeiras com milhares de toneladas de resíduos. Muitos provenientes de obras camarárias. Uma vergonha.
As afirmações do Sr. Vereador José Elísio Ferreira são sintomáticas: não tem conhecimento, não sabe, vamos ver o que pode fazer...enfim, um discurso pobre e confrangedor. Longe da realidade e pouco interessado nos problemas ambientais do concelho.
Portanto, a Câmara Municipal, e os seus técnicos, durante todos estes anos limitaram-se a olhar para o lado, e foram (são) incapazes de criar as infra-estruturas básicas para a recepção controlada de vários fluxos. Desde logo não existe um único Ecocentro no concelho da Figueira da Foz aberto ao público em geral. O Aterro de Lavos tem uma espécie de Ecocentro que não está ser potenciado pela ERSUC nem pela Câmara. Os entulhos que neste momento poderiam ser despejados no Aterro não o são, porque as empresas não querem pagar as respectivas taxas e preferem sujar a paisagem. Conheço empresas sérias que despejam os seus inertes no Aterro de Lavos pagando as respectivas taxas. Nem todas optam pela ilegalidade, e ao contrário do que é dito na reportagem, há opções viáveis e legais. Em Portunhos, Cantanhede, há um Aterro só para inertes da construção civil. Fica a cerca de 25 quilómetros da Figueira.
O presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde, João Carronda, tem razão em pretender requalificar a paisagem. Encher a pedreira da Salmanha com entulho pode ser boa solução. No entanto, não basta colocar lá um letreiro a dizer "Aceitam-se Entulhos", é necessário uma infra-estrutura base capaz de controlar os despejos. Senão teremos inevitavelmente o despejo de todo o tipo de resíduos, desde tóxicos a não tóxicos.
Mas será que a Câmara irá investir numa infra-estrutura base necessária ao bom funcionamento de um Aterro de Inertes (entulhos) ?
Seja como for o passivo ambiental da Câmara Municipal da Figueira da Foz não pára de aumentar e não se vislumbra vontade política dos responsáveis políticos no poder para investir nesta matéria.
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