Prioridades

AINDA ACERCA DE PRIORIDADES

"...Todos os anos dependemos do financiamento externo em cerca de 10% da riqueza nacional, obtido em cerca de 60% através do endividamento do sistema bancário no estrangeiro. O endividamento externo do país já ultrapassa o PIB. E os juros que implica, ou seja, os rendimentos saídos de Portugal para os seus credores externos, apresentam uma tendência crescente preocupante ..."
.Eduardo Catroga, A CRISE FINANCEIRA E AS PRIORIDADES ESTRATÉGICAS, in Expresso.

A dependência da economia portuguesa da construção civil teve, e continua a ter, efeitos alucinogénos que ninguém parece saber como conter. Grande parte do endividamento externo (e a CGD tem dado mau exemplo) canalizado pelos bancos dirigiu-se para o financiamento da construção de habitações que já excedem largamente o número de famílias residentes (cerca de 3o%). É por demais evidente, que não podem ter estes investimentos rentabilidade bastante que assegure um fluxo de reembolsos pelo menos idêntico aos valores tomados de empréstimo para o financiamento de mais construção e refinanciamento de empréstimos anteriores.
"..." a canalização dos recursos para investimentos privados só não comprometerá ainda mais a nossa dependência externa se tiverem mérito para, pelo menos, remunerarem os capitais investidos. Mas com a propensão nacional para a construção civil, receio que continuemos, sobretudo, a construir mais casas. Talvez porque nos falte capacidade para fazer outras coisas reprodutivas. E aí, sim , reside o nosso problema.
Rui Fonseca

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