Sugestões: Contabilidade Municipal

Rui Fonseca , economista de formação e gestor financeiro de uma grande empresa nacional durante muitos anos, sugere o seguinte:

Os eleitores não são sensíveis a argumentos orçamentais sobretudo quando os gastos reais, e muito menos os orçamentados, não bolem directamente com os seu bolsos.
Há pelo menos três coisas que poderiam alterar este estado de coisas:

- que as câmaras cobrassem elas próprias os impostos que constituem as suas receitas;
- que todos os encargos assumidos fossem reflectidos nas contas, isto é, que a contabilidade deixasse de ser uma contabilidade de caixa (receitas menos pagamentos) e passasse a registar encargos assumidos (pagos ou a pagar) e proveitos certos (recebidos ou a receber).
- que não lhes fosse consentido ultrapassarem níveis (definidos pelo governo central) de solvabilidade sob pena de sanções claramente desincentivadoras.

Mas, em vésperas de eleições e no meio do furacão, quem é que vai avançar com medidas moralizadoras que afectariam clientes de todos os lados do xadrez político?
Ninguém. Só mesmo quando a maré vazar e o lodo mostrar os seus hóspedes é que começará o trabalho de limpeza. Que nos custará a todos e sujará muita gente.

Originariamente, (wikipedia ) autarquia significava "comandar a si mesmo" pertinente a vários campos, mas sempre lidando com a ideia geral de algo que exerce poder sobre si mesmo".
Estava-lhe, portanto, inerente a independência de acções com recursos próprios.
Entre nós, por razões várias, passou a dispor desgovernadamente de recursos alheios. De autarca promoveu-se a autocrata, utilizando frequentemente a demagogia e a chantagem política.

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