Linha do Tua - mais uma barragem
A Linha do Tua está ameaçada pela construção de mais uma barragem. Não só a Linha como também a paisagem e a agricultura da região.
Atendendo aos argumentos abaixo apresentados questiono-me sobre o progresso e respectivo significado. Será isto ? A permanente colonização do território e artificialização da paisagem ? Será que não seria melhor investir na eficiência energética e racionalização dos transportes ? Que país estamos a (des)construir ?
Não haverá valores estéticos a preservar ? Resume-se tudo à produção e consumo de bens ?
Sempre que falo em eficiência energética ao Sr. Presidente Duarte Silva, este remete-se ao silêncio ou adia a resposta "...Estamos a tratar disso...." Desde 1997 que o PSD é incapaz, a nível local, de introduzir uma medida de racionalização energética. Zero vezes zero...Dados os evidentes desperdícios o país produz mais e mais energia, e desperdiça ainda mais, e entramos num ciclo vicioso de mais para mais, sem contudo melhorarmos significativamente a nossa qualidade de vida, porque nunca temos tempo para nada...
Deixo-vos a mensagem do Movimento Cívico da Linha do Tua.
A Barragem do Tua contribuirá no máximo em 0,5% de produção nacional de energia eléctrica, sendo que a maior fatia do défice energético do país provém do transporte rodoviário (combustíveis fósseis) e do desperdício doméstico. O reforço de potência da Barragem do Picote conseguirá produzir o equivalente a 75% do que irá produzir a Barragem do Tua, mas por 1/3 do custo desta, e se combinarmos os 3 reforços de potência de barragens previstos a nível nacional (Picote, Bemposta e Alqueva), estes produzirão o mesmo que 3 Barragens do Tua.
O conjunto arquitectónico e de construção da Barragem do Tua insere-se na área do Douro Vinhateiro Património da Humanidade, cuja sustentabilidade, regra fundamental para a inclusão e manutenção na lista da UNESCO, fica posta em causa. A Adega Cooperativa de Murça, que perderá 60 hectares de vinha de Vinho do Porto, não foi sequer consultada, e as populações mostram a sua preocupação com compensações que rapidamente se esgotarão e não criarão suportes para o futuro. A posição do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações é aliás explícita: a Linha do Tua é para ser mantida.
O Estudo de Impacte Ambiental poderá ser consultado aqui
Comentários
Enviar um comentário