Campanha da EDP - o sol enganador



Subscrevo:

A EDP iniciou no passado dia 24 de Abril uma campanha de comunicação subordinada ao tema “Quando projectamos uma barragem projectamos um futuro melhor”, passando a ideia errada de que as barragens constituem uma forma de protecção da biodiversidade.
É fundamental chamar a atenção que as grandes barragens são uma forma cara e ineficaz de resolver as necessidades energéticas do País. Com o mesmo investimento previsto para o Programa Nacional de Barragens, seria possível pôr em prática medidas de uso eficiente da energia que, sem perda de funcionalidade ou conforto, permitiriam poupar cerca de CINCO VEZES MAIS LECTRICIDADE do que a produção das barragens propostas.

Esta campanha que claramente tenta branquear os inúmeros impactes ambientais fortemente negativos e irreversíveis associados à construção das barragens.

Na verdade, a construção de barragens, como a que está em curso no rio Sabor ou a projectada para a foz do rio Tua, resulta numa alteração
dramática das condições naturais dos cursos de água e na eliminação directa de extensas áreas de vegetação autóctone e de habitats terrestres e fluviais
que são o suporte de vida para uma grande diversidade de espécies da fauna, nomeadamente para as próprias aves rupícolas, os peixes, o lobo e os morcegos referidos na campanha da EDP.
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A EDP, em respeito pela verdade e transparência, retire esta campanha enganadora. Os milhões de euros gastos em campanhas deste tipo seriam certamente melhor empregues na promoção da eficiência energética, de que o País necessita muito mais que de barragens.

Texto adaptado a partir deste Fórum da Universidade de Évora

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