Jorge Wemans e a programação na RTP2
Há mistérios insondáveis na programação da RTP2. Hoje somos prendados com dois documentários seguidos, das 23h30 às 02h30, da realidade crua do Afeganistão, aos trabalhadores portugueses no País Basco. Bons momentos de televisão. Mas, em horário tardio e em dose dupla. Nos restantes dias da semana temos que aturar durante longas horas a pastilha da série americana. Hoje foi a vez da soap opera "Sobrenatural", dos intermináveis e muito aborrecidos National Geographic (muitos repetidos...) e de outra série americana às 20h ("Friends ?") . De segunda a sexta a RTP2 oferece sempre as mesas doses às mesmas horas: 20h30 série americana; 21h série americana; 22h Jornal das 2; 22h30 série americana (quase sempre mete sexo, , hospitais, drogas e violência...). Não passamos disto no único canal alternativo do espectro em canal aberto. Gastam-se mais de 20 milhões de euros, para fomentar aquilo que o cabo (AXN, Fox, N. Geographic...) já transmitem ? Porque não se exibem series de outros países (Reino Unido, Itália, Alemanha, França, Espanha...) ? Porque falta uma dimensão cultural à política televisiva. Quem decide, no caso em apreço, Jorge Wemans, mostra-se insensível à necessidade de termos acesso a programas de proveniências várias. Porque se insiste na monocultura da série americana ? Porque se tratam os espectadores como se fossem adolescentes ?
Já desisti da RTP1. Não consigo ver um único programa. A culpa é minha de certeza , sou um espectador atípico, exigente e farto de programas "infantilizantes". Os telejornais são o cúmulo do sensacionalismo e exploração de sentimentos primários das pessoas, além de promoverem uma imagem deprimente do país e das pessoas que nele habitam. As entrevistas de rua repetem o esquema "preguiçoso" do jornalista: emitem-se opiniões desinformadas, clichés, gente desocupada que se exprime com muita dificuldade sobre temas sobre os quais não tem o menor conhecimento. Muito raramente os jornalistas televisivos conseguem fazer uma peça com sentido, ouvindo todas as partes, informado e formando as pessoas sobre os temas da actualidade.
A RTP (um e dois) deveriam ser parte da identidade nacional. Deixaram de o ser. Renderam-se à vaga populista e facilitista que varre a sociedade moderna.
Jorge Wemans, demita-se !
Já desisti da RTP1. Não consigo ver um único programa. A culpa é minha de certeza , sou um espectador atípico, exigente e farto de programas "infantilizantes". Os telejornais são o cúmulo do sensacionalismo e exploração de sentimentos primários das pessoas, além de promoverem uma imagem deprimente do país e das pessoas que nele habitam. As entrevistas de rua repetem o esquema "preguiçoso" do jornalista: emitem-se opiniões desinformadas, clichés, gente desocupada que se exprime com muita dificuldade sobre temas sobre os quais não tem o menor conhecimento. Muito raramente os jornalistas televisivos conseguem fazer uma peça com sentido, ouvindo todas as partes, informado e formando as pessoas sobre os temas da actualidade.
A RTP (um e dois) deveriam ser parte da identidade nacional. Deixaram de o ser. Renderam-se à vaga populista e facilitista que varre a sociedade moderna.
Jorge Wemans, demita-se !
discordo com o comentário á programação da rtp2 , até por ser o canal que apresenta a mais diversa programação entre os 4 canais em sinal aberto.
ResponderEliminarinfelizmente ou felizmente , o target a quem a rtp2 se dirige permite ver a programação a uma certa hora , porque é que acha que o jornal passa as 22h e tem apenas 30 minutos?
é verdade que o cabo transmite séries , e quantas pessoas em portugal é que tem tv por cabo?
na 2 é regular passarem mini séries de produção europeia , tem um espaço dedicado a séries do reino unido (britcom) , tem um programa dedicado a curtas metragens , câmara clara é o unico programa na tv onde se discute as artes, tem um programa exclusivo para arquitectura, tem espaços dedicados ao ensino superior, ao sábado á noite tem cinema de autor , para além de ser o canal que mais espaços infantis tem.
poderiam apostar mais em produção portuguesa? sim , e onde está o apoio do estado para tal? do orcamento de estado , 0,65% é para a cultura , quanto irá para apoios a produção de conteudos artisticos para tv?
falta de dimensão cultural? não compreendo
Agradeço os comentários do anónimo "Frederico".
ResponderEliminarAproveito para esgrimir alguns argumentos e mostrar-lhe que a programação da RTP2 não faz sentido do ponto de vista do serviço público que pagamos e necessitamos.
O jornal da RTP2 é o único noticiário que consigo ver do princípio ao fim. Estamos de acordo com os 30 minutos.
As séries de produção europeia são muito raras, não há presentemente nenhuma no espaço nobre (20-24h), durante a semana (2ª-6ª). As que são transmitidas ao domingo são séries humorísticas britânicas (em dose dupla...). Aprecio o "iraniano" inglês que passa ao domingo.
O programa dedicado a curta-metragens é transmitido depois da 1h da manhã...para quem trabalha é inconveniente, para os miúdos que frequentam a escola é impraticável.
Os programas temáticos (caso do Biosfera e outros) são quase sempre transmitidos fora do horário nobre (e porquê?) Portanto, retirando-lhes automaticamente e importância. Vale mais um programa do National Geographic (muitos deles repetidos, e retratando superficialmente e de forma comercialmente espectacular) do que um Biosfera ? Não vale.
O cinema de autor ao sábado era até há pouco tempo composto por filmes americanos dos anos 50/60 !!! Cinema de autor europeu na RTP2 ? A que horas ? Com que frequência ? Fora de horas e sem frequência é prática recorrente.
Os documentários nacionais, por exemplo do Jorge Pelicano, custam menos que qualquer série americana, mas não são transmitidos em horário nobre.
Reafirmo que a RTP2 é a melhor das estações em sinal aberto. Mas está muito aquém das suas congéneres europeias, e ainda muito longe de funcionar como um canal que desperte o público (nem que seja só 3-4%) para outros pontos de vista e estéticas televisivas.
Há 10-15 anos atrás a RTP (em geral) era mais plural, mais diversificada com programas que nos educavam e informavam a todos. Hoje vive presa pela luta das audiências, baixando muito o nível dos programas. A SIC e a TVI em sinal aberto são a ditadura da telenovela, concurso, futebol e do filme americano com algumas, e raras excepções, o panorama televisivo privado é deprimente.
mas o target da rtp2 são as pessoas que não tem o horário 9-5 .
ResponderEliminarA produção de um programa do national geographic , é capaz de custar tanto como uma série de programas do biosfera , daí ter de o passar a uma hora em que possa ter alguma audiência.
O biosfera até passa a uma hora nobre , que é uma hora antes das 8 , vale tanto como uma hora depois das 8.
Documentários nacionais , são apoiados por televisões , logo ou passam na um ou noutros canais , os do jorge pelicano nunca iam passar na 2 , porque quem tem os direitos é a sic , pode ser que o possamos ver na tv numa festividade qualquer. A verdade é que a rtp apoia alguns docs durante o ano , e eles não chegam a nós pela tv.
É regular ver filmes portugueses na rtp2 ao sábado á noite. A verdade é que tem meses em que fazem ciclos , o que faz com que se tenha apenas filmes do mesmo género , o que não acho nada mal. Ao sábado os filmes começam sempre á mesma hora (22:40)
Como se o grande problema da programação da 2 fosse os horários , na população em geral ,exemplo: quem é que trocava a novela da sic , por um programa de curtas ou dedicado a artes na rtp2 ? ninguém . (tirando uma pequena margem de população , ou seja o público alvo da 2)