Alterações Climáticas - o acordo possível
A visão optimista do acordo pressupõe algo muito simples: os EUA reconhecem que existe um problema. Durante a era Bush, os EUA oficialmente punham em causa a ciência, negando o efeito devastador que as alterações climáticas vão ter nas nossas vidas. (ver nota 1)
O problema agora é alcançar um novo paradigma de desenvolvimento, fugindo à ditadura das tradicionais leis do eterno crescimento económico, e simultaneamente abarcandoe os interesses da China, a bondade de Obama e a crise económica que se abateu sobre o mundo desde Junho de 2008. Um acordo sem metas legalmente definidas não tem valor , e é como foi dito na Cimeira uma traição às gerações vindouras.
Tal como Barack Obama referiu "This progress is not enough.We have come a long way, but we have much further to go". Admite-se o fracasso.
Deveríamos estar já a preparar uma sociedade diferente. Mais humana, menos materialista, mais racional e acima de tudo dominada por um sentido de "futuro comum". A vida das populações pobres e menos afluentes (do Bengladesh a Timor...) deverá ter o mesmo valor que a nossa. Neste momento não o tem, continuamos centrados no mundo ocidental, onde domina uma riqueza sem precedentes (apesar da sua má distribuição) e simultaneamente um grau de desperdício que daria para "alimentar" o resto do mundo de uma forma racional.
Bastará visitar-mos um restaurante fast food do mundo ocidental e verificar a quantidade de comida (carne, peixe, vegetais...) em bom estado que vai para o lixo...e esse esforço em reduzir o desperdício ainda nem sequer começou. Muito pelo contrário a nossa geração tem uma falsa consciência ambiental, dada o ensino incipiente nesta matéria e a pressão "consumista" da sociedade.
Os políticos que elegemos são um espelho da sociedade: continuam a falar de ambiente, mas são quase sempre incapazes de traduzir a retórica em acções concretas. Permanece uma forma de populismo democrático muito perniciosa à sociedade.
E precisamos de políticos que nos digam que vamos ter que abdicar de determinadas coisas, vamos ter que mudar de hábitos e ser capazes de viver melhor com menos.
NOTA 1: In May 2002, President Bush expressed disdain for a State Department report to the United Nations that pointed to a clear human role in the accumulation of heat-trapping gases and detailed the likely negative consequences of climate change; the president called it “a report put out by the bureaucracy.”6 In September 2002, the administration removed a section on climate change from the Environmental Protection Agency’s (EPA) annual air pollution report,7 even though the climate issue had been discussed in the report for the preceding five years.
O problema agora é alcançar um novo paradigma de desenvolvimento, fugindo à ditadura das tradicionais leis do eterno crescimento económico, e simultaneamente abarcandoe os interesses da China, a bondade de Obama e a crise económica que se abateu sobre o mundo desde Junho de 2008. Um acordo sem metas legalmente definidas não tem valor , e é como foi dito na Cimeira uma traição às gerações vindouras.
Tal como Barack Obama referiu "This progress is not enough.We have come a long way, but we have much further to go". Admite-se o fracasso.
Deveríamos estar já a preparar uma sociedade diferente. Mais humana, menos materialista, mais racional e acima de tudo dominada por um sentido de "futuro comum". A vida das populações pobres e menos afluentes (do Bengladesh a Timor...) deverá ter o mesmo valor que a nossa. Neste momento não o tem, continuamos centrados no mundo ocidental, onde domina uma riqueza sem precedentes (apesar da sua má distribuição) e simultaneamente um grau de desperdício que daria para "alimentar" o resto do mundo de uma forma racional.
Bastará visitar-mos um restaurante fast food do mundo ocidental e verificar a quantidade de comida (carne, peixe, vegetais...) em bom estado que vai para o lixo...e esse esforço em reduzir o desperdício ainda nem sequer começou. Muito pelo contrário a nossa geração tem uma falsa consciência ambiental, dada o ensino incipiente nesta matéria e a pressão "consumista" da sociedade.
Os políticos que elegemos são um espelho da sociedade: continuam a falar de ambiente, mas são quase sempre incapazes de traduzir a retórica em acções concretas. Permanece uma forma de populismo democrático muito perniciosa à sociedade.
E precisamos de políticos que nos digam que vamos ter que abdicar de determinadas coisas, vamos ter que mudar de hábitos e ser capazes de viver melhor com menos.
NOTA 1: In May 2002, President Bush expressed disdain for a State Department report to the United Nations that pointed to a clear human role in the accumulation of heat-trapping gases and detailed the likely negative consequences of climate change; the president called it “a report put out by the bureaucracy.”6 In September 2002, the administration removed a section on climate change from the Environmental Protection Agency’s (EPA) annual air pollution report,7 even though the climate issue had been discussed in the report for the preceding five years.
Olá João,
ResponderEliminarIniciou-se, quanto a mim, a contagem final.
A ganância venceu a razão.
Agora, cabe-nos a nós todos tentar apoiar este Planeta o melhor que nos for humanamente possivel, na certeza porém de que não vamos conseguir vencer o cronómetro descendente.
Fica bem e sê feliz.