A Campanha do Governo Civil e as Esquadras Nacionais
Hoje de madrugada (cerca das 2h da manhã) regressei a casa viajando de carro. Vinha de uma festa burguesa (sorriso) e onde a crise esteve ausente dado os anfitriões serem funcionários públicos reformados, e portanto não há desemprego nem salários em atraso nesta classe. Como tinha ingerido vinho (Ermelinda) e espumante (um excelente Murganheira...), e apesar de me sentir sóbrio, decidi passar o volante a quem não bebeu quase nada. Tinha a esperança de encontrar uma brigada de trânsito, fosse PSP, GNR no caminho. Nada. Muitos carros, mau tempo, estradas municipais por sinalizar (traços contínuos com mais de 10 anos e que nunca conheceram manutenção), mas, polícia nem vê-la. Deveriam estar algures na estrada, presumo, mas não naquelas por onde passei. Enfim, devo ter muita sorte, há mais de 6 anos que não me cruzo com operações STOP, ninguém me pede a carta ou manda soprar no balão.
Há uns anos atrás indignei-me numa esquadra da PSP. O agente de serviço tinha uma televisão debaixo do balcão, e estava, muito naturalmente "ocupado" a ver a telenovela da TVI. O funcionário estava a ser pago com os nossos impostos para ...ver televisão. Isto nas barbas de um cidadão que apresentava queixa de um roubo por quebra de vidro, e que entre formulários e papelada esteve meia hora para registar o incidente.
A minha indignação passou a reclamação escrita ao chefe da esquadra. Perguntava se era suposto a esquadra assemelhar-se a um vulgar café, com o "empregado de serviço a ver televisão...". A resposta do magnânimo chefe foi esmagadora: os funcionários da PSP têm que estar informados e nada melhor do que a TV para o fazer.
Imagino que neste momento as portarias de atendimento já tenham MEO e SPORT TV, afinal, a "cada um segundo as suas necessidades". O Plano Nacional de Leitura é que ainda está ausente quando deveria marcar presença.
Resumindo, há pouca polícia (PSP e GNR) nas estradas e ruas a controlar quem bebe e conduz, e isso preocupa-me, revela um Estado fraco e ausente quando precisamos dele para nos proteger, a nós e aos nossos, dos que mostram um absoluto desprezo pela vida alheia e conduzem, por exemplo, fortemente alcoolizados.
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