A biodeversidade no parque das Abadias
As "ervas" das Abadias já foram cortadas. Mas, desta vez a Câmara decidiu deixar umas ilhas de biodiversidade, onde permancem vivas flores e plantas. É de louvar a iniciativa e coragem política.
Estas "ilhas de biodiversidade", além de serem esteticamente agradáveis, servem para alimentar pássaros (que comem as grainhas) e insetos, desde as abelhas à joaninhas. Trata-se acima de tudo de manter os espaços naturais numa foma mais natural e util a todos nós, abandonando um certo novo riquismo e ignorância quanto à função dos espaços verdes.
Deixo ainda um artigo meu publicado no jornal as Beiras de 31.05.2013
As ervas das Abadias
Fomos “ensinados” a
valorizar os relvados urbanos verdinhos, cortados bem rente ao solo, e se
possível sem bicharada. O que conta é a apreciação estética, e um certo
“novo-riquismo” – relvados extensos que ninguém usa. O mesmo se passa com linhas
de água (valas e ribeiros): se possível entubados e fora da nossa vista.
Esta reflexão advém de
uma notícia: “as ervas nas Abadias terem atingido proporções nunca antes vistas”,
dito de outra forma, “a natureza descontrolada ameaça o bem-estar citadino”. Do
ponto de vista ecológico, e da promoção da biodiversidade urbana (abelhas,
joaninhas, escaravelhos, pirilampos, carraças, …etc.), as “malditas ervas” são
o campo na cidade!
“Cortar as ervas”
todas as semanas, com máquinas movidas a gasolina significará sempre poluir e gastar
dinheiro com combustível e fertilizantes químicos. Em última análise os espaços
verdes podem passar a “pulmões fumadores”com um balanço ecologicamente negativo.
Mas aqui-d'el-rei, o político que se atreva a defender espaços parcialmente
naturalizados é “frito vivo” na praça pública, em primeira instância.
As Abadias devem ter várias zonas: umas com função
lúdica, onde se estenda uma toalha e façam “picnics”, o que obriga ao corte da
relva periódico; outras consagradas à biodiversidade, com flores na primavera e
folhas caídas no outono, reduzindo-se ao mínimo funcional o tipo de intervenção,
a isto se chama sustentabilidade e educação ambiental.
Louvado seja Deus. Encontrei aqui pelo menos uma pessoa que pensa seriamente sobre estas questões e entende que os espaços naturais urbanos não são tapetes de relva para pseudo-jogadores de golfe!!!. A natureza não pode servir-nos sem nós a servirmos a ela. E servirmo-nos bem dela é fruí-la o mais possível no seu estado natural... por isso é que se chama Natureza. Mas a maioria dos figueirinhas de alpaca continua a querer canteiros ajardinados só para os olhos verem. Não querem as folhas quando as árvores começam a deixá-las cair - e tão bonitas são; não querem as vagens das sementes quando estas se começam a espalhar porque lhes dão alergias - as árvores, coitadas, não se podem reproduzir; não querem ver as plantas e arbustos autóctones que espontaneamente surgem porque é vergonhoso para o seu conceito de natureza "clean" e aparada. Querem muitos gastos em plantas e flores que não são próprias dos sítios onde são plantadas à força; querem muitos gastos em água para manterem os guardanapos de erva verdinha para fazerem picnics de burgueses; querem muitos gastos em gasóleo nas máquinas que fazem tais cortes. Enfim, na verdade não querem Natureza alguma. Querem, isso sim, um sítio hipoalergénico e ultrapasteurizado. Não seria melhor irem para um hospital fazer picnics....de preferência na ala da psiquiatria já que não sabem apreciar a vida
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