O Ambiente na Figueira da Foz

Todos os dias somos submetidos a novos campos eletromagéticos. Os emissores de sinal associados à internet sem fios, telefones móveis, telemóveis, dispositivos elétricos, todas as antenas e repetidores que são instalados no topo de edifícios e torres...etc. Estudar a associação entre a exposição a campos eletromagnéticos e a nossa boa saúde tem sido um objectivo recorrente de vários cientistas. Os resultados não são conclusivos nem satisfatórios. Contudo, algumas marcas de aparelhos elétricos apresentam a etiqueta "Low Radiation". Significativo. Há que ponderar o efeito cumulativo de tantos e tão variados campos eletromagnéticos a que estamos sujeitos. Nós e os mais jovens que dada a sua vulnerabilidade em termos imunitários. No seguinte endereço pode observa-se o esforço de monitorização a nível nacional. http://www.lx.it.pt/monit/

A limpeza da praia do Cabedelo ocorreu no domingo passado, integrada na iniciativa "Não há pequena poluição" da Oceanes Initiatives. Em poucas centenas de metros encontrámos um pouco de tudo, ressaltando os materiais plásticos (polímeros para todos os gostos e feitios) com uma predominância esmagadora entre os resíduos identificados. Algumas dezenas de voluntários juntaram cerca de 900 kg de resíduos. Um dia, uns ínfimos metros de costa. Multipliquemos os dias do ano e os 850 quilómetros de costa do país...e os números são preocupantes. Os resíduos acumulados no mar têm um impacto muito negativo, não tanto pelo efeito estético, mas sim pelos danos causados à fauna e flora marinha. Os plásticos deitados ao mar degradam-se , tornam-se mais pequenos e invisíveis, mas não desaparecem. As micro-partículas de plástico contém químicos tóxicos, invisíveis com reações imprevisíveis que estão a contaminar a cadeia alimentar aquática.

Foto: Estrada na freguesia de Tavarede, no dia 20.03.2010 A ação LIMPAR PORTUGAL na Figueira da Foz mostrou que a vontade de alguns foi capaz de fazer mais do que as autoridades locais fizeram em décadas de negligência. Isto é, um grupo de cidadãos bem intencionados, com a ajuda dos meios estatais (Juntas e Câmaras), "limpou" o concelho. Falta agora implementar uma política séria de resíduos a nível local. Urge construir ecocentros, fiscalizar o destino dos resíduos industriais banais, os entulhos, penalizar maus hábitos, alterar o tarifário...etc. Precisamos ainda de consciencializar os produtores de resíduos que o respectivo tratamento tem custos, mas a sua deposição na paisagem é um crime.

Li hoje na imprensa internacional que o atum do Atlântico está em acentuado declínio. Os números são deprimentes, nos últimos 40 anos assistimos a uma redução em 80% dos stocks. Restam 3,2 milhões de atuns. Muito pouco. Scientists say stocks of the Atlantic bluefin - which can fetch $100,000 each at market - have fallen by more than 80% over the last 40 years to around 3.2 million Finalmente, a União Europeia decide atuar com bom senso e enquadrar esta espécie nas listas do CITES, ou seja, o atum do Atlântico é uma espécie ameaçada de extinção. As notícias locais não são animadoras neste âmbito. Alguns "predadores" sem escrúpulos insistem em apanhar espécies proibidas e pescado imaturo. Isto é, impede-se a reposição de stocks, ameaça-se a continuidade das espécies, coloca-se em perigo a sobrevivência dos "futuros pescadores". Empobrecemos todos com esta visão egoísta de alguns.