As cidades e os peões (1)


As nossas cidades são exactamente isto para quem não se desloca exclusivamente de carro.

Tendo em conta o previsto regresso do estacionamento em frente à Esplanada Silva Guimarães (ler notícia) e ainda os recuos sucessivos no alargamento das zonas pedonais, iniciamos aqui a postagem de alguns artigos sobre "A cidade e os peões", apoiados em textos e fotos do Blog "Menos Um Carro", e de textos do Prof. Mário J. Alves.

O texto de J' Alves no Diário "as Beiras" merece alguns reparos pela imprecisão. Por exemplo, quando afirma o seguinte "Seja qual for o motivo, certo é que, na Esplanada Silva Guimarães, há muito que o movimento é menor daquele que se registava nos tempos em que se podia estacionar nos dois sentidos."
O jornalista afirma peremptoriamente algo que não se pode confirmar com evidências objectivas, i.e. como chegou a esta conclusão ? Fez uma contagem dos peões que ali passavam a várias horas dos dias no Verão e no Inverno, desde que o estacionamento foi proibido numa das faixas de rodagem ? Que números tem ? A facturação das lojas é inferior hoje do que era antes ?

As informações deste tipo, baseadas em conversas, na memória (selectiva), e claro, na opinião dos interessados no regresso do estacionamento, deveriam ser relativizadas e não servir de base para tomadas de decisão.

Atenção, não se afirma aqui que o movimento comercial/pedonal não diminuiu, não temos dados para o afirmar, mas somente e apenas que não existe nenhuma relação causa-efeito(não verificada), entre o acto de estacionar e a diminuição do número de frequentadores do comércio ali existente. Está por provar.

Como diz Mário J. Alves, Mestre em Transportes pelo Imperial College London, "O encontro fortuito com o "outro" é a pedra de toque da cidade democrática (Richard Sennett)"...

..." Uma das formas simples de medir a saúde de uma democracia numa sociedade é através da dimensão dos seus passeios".

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