Anatomia de Grey - A infantilização da sociedade
A RTP2 promove desde há anos séries sobre hospitais americanos. Primeiro foi o ER, agora a Anatomia de Grey. Poderia ter optado pela versão europeia (a BBC exibe um série inglesa do género, a AXN a versão espanhola). Mas, claro que a RTP2 aposta no cavalo norte-americano. Critérios ? Existem ?
A Anatomia de Grey (22h30 - 23h, terças) mostra a vida de uma dúzia de médicos num Hospital (um luxo de instalações) de Seattle. Já vamos na sexta temporada, isto é desde 2005 que temos "pastilha".
Os médicos, jovens e belos, envolvem-se sistematicamente uns com outros, muitas vezes de forma sexualmente explicita. "Transam" nos vestiários, arrecadações, onde calha, e cruzam-se, um dia com este, no próximo com aquele. A medicina pratica é "espectacular". Todos os médicos querem operar, estão sempre prontos a levantar o braço para realizar operações complicadas, algumas surreais. Neste hospital ao contrário do ER, não há enfermeiros nem pessoal auxiliar. O mundo roda à volta dos médicos. Também não há problemas com seguros (muito raramente), sabendo nós que 40 milhões de americanos não têm acesso a cuidados básicos de saúde, e que Obama enfrenta uma tempestade (mesmo dentro do seu partido) para implementar um sistema universal de cuidados de saúde. Mas a série não retrata nada disso, prefere a banalidade, as vidas amorosas dos médicos namorados, e uma insuportável superficialidade.
O serviço público de televisão ausenta-se dos serões da RTP2. No restantes dias, de segunda a sexta, repetem-se as "anatomias de grey" em versões igualmente pobres e redundantes, e importadas com o dinheiro dos nossos impostos. Raramente encontro um programa na RTP que me faça reflectir e pensar, ou com o qual possa aprender algo de novo. O problema deve ser meu, que só vejo televisão das 21h30 às 01h da manhã, e nem sempre.
A Anatomia de Grey (22h30 - 23h, terças) mostra a vida de uma dúzia de médicos num Hospital (um luxo de instalações) de Seattle. Já vamos na sexta temporada, isto é desde 2005 que temos "pastilha".
Os médicos, jovens e belos, envolvem-se sistematicamente uns com outros, muitas vezes de forma sexualmente explicita. "Transam" nos vestiários, arrecadações, onde calha, e cruzam-se, um dia com este, no próximo com aquele. A medicina pratica é "espectacular". Todos os médicos querem operar, estão sempre prontos a levantar o braço para realizar operações complicadas, algumas surreais. Neste hospital ao contrário do ER, não há enfermeiros nem pessoal auxiliar. O mundo roda à volta dos médicos. Também não há problemas com seguros (muito raramente), sabendo nós que 40 milhões de americanos não têm acesso a cuidados básicos de saúde, e que Obama enfrenta uma tempestade (mesmo dentro do seu partido) para implementar um sistema universal de cuidados de saúde. Mas a série não retrata nada disso, prefere a banalidade, as vidas amorosas dos médicos namorados, e uma insuportável superficialidade.
O serviço público de televisão ausenta-se dos serões da RTP2. No restantes dias, de segunda a sexta, repetem-se as "anatomias de grey" em versões igualmente pobres e redundantes, e importadas com o dinheiro dos nossos impostos. Raramente encontro um programa na RTP que me faça reflectir e pensar, ou com o qual possa aprender algo de novo. O problema deve ser meu, que só vejo televisão das 21h30 às 01h da manhã, e nem sempre.
de volta ao mesmo tópico de conversa .
ResponderEliminaranatomia de grey relata a vida pessoal de pessoas (virgula) que trabalham num hospital.
anatomia de grey tem uma abordagem diferente de ER , mais superficial? é claro ,mas será que 'queremos' aprender sobre medicina , ou apenas entretenimento ?
critérios talvez seja pelas audiências do programa no estados unidos (um país onde o consumo televisivo é elevado e a variedade de programas é enorme) , levando a uma tentativa de 'roubo' de audiência da sic e tvi , até porque a essa hora a programação é dedicada ás novelas.
Acredito que anatomia de grey faça pensar (já vi alguns episódios) , mais que não seja no plano emocional , não no plano intelectual porque para isso leio um livro.
O problema reside na palavra "audiências". A RTP2 (e a RTP1) têm como missão o serviço público e não encabeçar o top "dos mais vistos" (há muita gente com a TV ligada mas que não vê o que lá se passa...).
ResponderEliminarA RTP não deveria ser paga por todos nós para nos dar FOX e AXN, i.e. para mimetizar a TV Cabo, mas é isso que faz: as melhores séries da RTP2 podem todas ser vistas nos canais mais comerciais. Ainda ontem casualmente apanhei um filme sobre a SIDA na RTP2, vindo da África Sul: a que horas ? 2h30 da manhã ! A quem serve , quem pode ver ? Poucos, muito poucos, sabendo nós que Portugal tem a maior taxa de incidência de HIV da Europa Ocidental.
A RTP de Jorge Wemans não cumpre, não é serviço público, é sim um TV comercial como milhares de outras cujo objectivo é o lucro. E poderia ser tão diferente.