O "novo" Liceu (Escola Dr Joaquim de Carvalho) e a eficiência energética

Sempre que passo em frente ao Liceu sinto um mal estar. Dezenas de projetores a iluminar as paredes brancas, outros tantas luminárias nos jardins e acessos...e segundo consigo ver, as paredes sem isolamento térmico (espero estar enganado neste ponto).
Há uns meses escrevi um email à empresa Parque Escolar a questionar a entidade responsável sobre a eficiência energética do edifício. Não obtive resposta. Escrevi por email ao diretor da Escola, dr. Carlos Santos, também não obtive resposta. Apesar da certificação energética ser um requisito legal obrigatório, necessário à aprovação de qualquer construção depois de meados 2006. Será que a Lei foi respeitada ?

Tenho a certeza que a Escola irá gastar muito mais energia do que antes da obras, portanto, será menos eficiente, apesar de algum conforto adicional emprestado pelo potente ar condicionado. Será este o caminho ? Estamos condenados a empobrecer por via do desperdício?

Reparo nas estatísticas, em 2007, Portugal com um clima fantástico poupou 28.000 toneladas equivalentes de petróleo (tep), recorrendo à energia solar (fotovoltaica e térmica). A Turquia conseguiu poupar 420.000 tep e a Alemanha (apesar do "mau" clima) poupou 560.000 tep, ou seja 20 x mais do que Portugal. Porquê ? Porque não investimos no solar o suficiente e apostamos quase tudo na hídrica e eólica, além do gás natural e carvão.

As notícias confirmam esta tendência de desperdício de energia:
A eficiência energética em Portugal tem vindo a cair nos últimos anos, alerta a associação ambientalista Quercus. Mas as renováveis estão em alta e atingiram valores recorde em 2010.

O consumo eléctrico dos portugueses aumentou 3,3 por cento em 2010, em relação a 2009, mas o PIB subiu apenas 1,5 por cento, diz a Quercus, num comunicado, com base em dados das Redes Energéticas Nacionais (REN). O comunicado alerta que a subida no consumo de electricidade em 2008 foi de um por cento, enquanto o PIB só subiu 0,3 por cento. Em 2009, o PIB contraiu 2,7 por cento, devido à crise económica, mas o consumo eléctrico só desceu 1,4 por cento.

Portugal “continua a precisar de mais electricidade para produzir uma unidade de energia”, afirma a Quercus. A associação ambiental defende que o Governo deverá esforçar-se na implementação de políticas que reduzam o consumo e aumentem a eficiência energética, já que têm “maior custo-eficácia que os próprios investimentos em energias renováveis”.


A boa notícia é que 53,2 por cento da electricidade consumida no país em 2010 foi de origem renovável - um novo recorde, contra 36,5 por cento em 2009 e 27,8 por cento em 2008.

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