Política de ambiente - Figueira da Foz
Política
de Ambiente - o caso dos resíduos
Há somente
uma dúzia de autarquias que levam o “ambiente” a sério em Portugal. Quando digo
“ambiente” refiro-me a medidas sérias, com alcance para além dos mandatos, que
tragam mais qualidade de vida e saúde. Muitas autarquias continuam a “colocar
os óculos verdes na cabra para que os pastos secos se tornem verdes”, como
ilustra Menano na crónica de ontem.
As
medidas ambientais, que implicam mudanças de hábitos, são inicialmente impopulares
ou chocam com direitos e privilégios adquiridos. Neste âmbito está a aplicação do
princípio do poluidor-pagador às empresas que geram grandes quantidades de
resíduos. Poucos sabem que na Figueira da Foz, até 2010, os grandes
produtores de resíduos (tecnicamente
quando
geram mais de 1000 litros por dia de “lixo”), pagavam tanto de taxa de resíduos
como o consumidor doméstico. Ou seja, muitas empresas com faturação de milhões
de euros, e toneladas de lixo, pagavam dezenas de euros por ano.
Na prática os munícipes subsidiavam o “lixo”
das empresas, pagando despesas de tratamento de resíduos alheios. A Câmara
Municipal “perdia” assim quase 200 mil euros por ano, entre receita não cobrada
e despesa a mais.
A gerência PSD sabia da situação, mas nada
fizeram. Foi necessário chegar uma gerência com propósitos sérios, combatendo
na prática vários lobby’s para finalmente se aplicar o mínimo do princípio do
poluidor-pagador. Hoje a autarquia tem uma receita de cerca de 100 mil euros
com os grandes produtores, e parte das grandes empresas tratam os resíduos que
produzem, não onerando os munícipes.
Texto publicando nas Beiras , 10.08.2013
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