A sociedade, o crescimento e as alterações climáticas

A comunidade científica está alarmada. Apesar de todos os estudos, avisos e provas irrefutáveis que o clima está a mudar bruscamente a sociedade civil não reage.
Escreve-se muito em Portugal sobre o "empobrecimento, a troika, as exportações,..." e  pouco sobre desígnios ambientais. A sustentabilidade consiste em harmonizar as expetativas da sociedade com a necessidade de  importar menos energia, menos recursos e "viver mais com menos". Abandonar a ideia do crescimento económico, criando uma "steady state economy", é outra ideia pouco debatida entre nós. Todos os partidos, desde o BE ao CDS_PP insistem na ideia que precisamos é de mais "crescimento", ou seja, na prática, mais capital, mais produção que assim gerariam mais emprego. Esta noção do "crescimento" enquanto motor da "felicidade" está errada. Os problemas das sociedades modernas ocidentais não se resolvem com o aumento da produção de mais bens materiais.


Tornar o país independente do ponto de vista energético, apostando nas renováveis e na mobilidade elétrica, foram objetivos dos Governos de António Guterres e José Sócrates. Estes desígnios em si foram positivos para o país, conduzindo à criação de setores industriais emergentes (e.g. produção de torres e pás eólicas) e poupando diretamente cerca de 850 milhões de euros anuais em importação de energia.
Falta fazer o mais difícil, mudar hábitos e levar a sociedade a consumir menos energia nos transportes. Os veículos elétricos ainda são caros e colidem com a ideia da autonomia (>200 km) expectável de um carro. Contudo, a maioria das pessoas raramente precisa de mais de 50 a 100 km de um só vez. Uma viagem mais longa poderia ser feita em sistema de "car-sharing".

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