Artigo - Erros técnicos e a largura dos passeios


Erros técnicos

O comboio Alfa Pendular circula a mais de 210 km/h num curto troço a norte de Vila Franca de Xira. Impressiona a leveza, suavidade nas curvas e o conforto. A engenharia italiana está de parabéns, criou um comboio capaz de se adaptar à via-férrea, pendulando. A velocidade desde para 140 km/h devido à incompetente renovação da linha. O tempo de viagem entre Lisboa e Porto estagnou desde 1999. A requalificação da Linha do Norte é um exemplo “falha dos técnicos”.

Preocupante, para além dos erros técnicos, é a falta de coragem da engenharia portuguesa em ver-se ao espelho e fazer uma autocrítica ou um ato de mea culpa. Irrita-me este espirito que atravessa vários setores da sociedade portuguesa, empurrando a “crise” para os “outros”. O destinatário mais fácil são os políticos, culpados de tudo e mais alguma coisa, mesmo quando os erros são técnicos. Mas há tantos elefantes brancos por culpa e obra dos egos de arquitetos e engenheiros! Não escamoteando o facto de muitos deles terem sido escolhidos pelos “amigos políticos” e não pelo mérito próprio.

Vem ainda esta crítica a propósito das obras na nossa terra. Mudaram-se políticos e técnicos, mas há coisas que decididamente não mudam. Persistem os erros técnicos, evidentes na construção de passeios com 60 cm de largura, intransitáveis e em incumprimento da Lei. Incomoda-me tanto desprezo pelo cidadão que anda a pé.

“O peão é rei”, mas só na teoria.

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