Reciclagem em Portugal

A superação da atual crise económica passa em grande medida pela melhor utilização dos recursos. Entre nós, a reciclagem continua sem descolar, devido ao reduzido empenho de muita gente na separação na fonte, e dada a falta de visão de algumas entidades gestoras que promovem sistema de recolha complexos e pouco eficientes. Dá mais trabalho ir até ao Ecoponto do que colocar tudo misturado ali à porta de casa. Acresce ainda o facto dos munícipes, querem se empenhem e separem tudo, ou não o façam, pagam o mesmo (pelo menos na Figueira da Foz é ainda assim) ! Logo se pagam o mesmo, quem não separa o lixo (e assim age de forma anti-social) e não contribui de forma positiva para a economia do país, sente-se legitimado. É por aqui que devemos iniciar a mudança: introdução do Princípio Poluidor-Pagador.

Comentários

  1. Eu estou completemante de acordo, mas atenção: aplicado aos habitante (nomeadamente por uma taxa incitativa à separação dos resíduos), este princípio pode ter efeitos completamente opostos, dependendo da população em questão. Se for uma população que ainda não esteja sensibilisada à importância deste gesto, é possível que se verifique um aumento das lixeiras ilegais! O mais eficaz nestes casos é a aplicação do princípio aos munícipios e, claro, à indústria. Por exemplo, em França, as indústrias pagam um imposto a um eco-organismo, Eco-Emballages, no caso das embalagens, que em nome do Estado depois re-distribui a quantia angariada pelos diferentes municípios, segundo os esforços que fazem em matéria de gestão e tratamento de resíduos. Para além disso, os munícipios pagam também um imposto, de acordo com a maneira como o fazem. Resultado : um munícipio que tenha um bom sistema de gestão e de tratamento e que tenha sensibilisado os seus habitantes a um bom comportamento, paga menos impostos e... ainda recebe uma ajuda considerável para continuar a agir desta forma !

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  2. Em Portugal existe a Sociedade Ponto Verde que copiou a francesa ECO EMBALLAGES, com maus resultados.O sistema francês funciona mal, e o nosso também está beira da ruína financeira, proque a SPV não quer cobrar aos embaladores o justo preço. Portugal tem das taxas de embalagem mais baixas da Europa. E por isso temos produtos triplamente embalados, sem necessidade nenhuma.

    A segunda parte da sua análise é muito interessante, deveráimso realmente beneficiar os munícipios e os munícipes que melhores práticas têm.

    A população está sensibilizada, apesar da sensibilização ser muito infantil e pouco assertiva. Mas devemos passar à segunda fase "Poluidor Pagador", sem esta prática, nada acontecerá de relevante. Porque pago eu tanto de taxa do lixo como o restaurante ali da esquina ? Eles produzem 150 kg por dia, eu 0,5 kg....mas pagamos o mesmo ?

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