Marinha das Ondas - artigo "A sanita do concelho" - problemas ambientais
“A sanita do concelho”
Cansados de tanta agressão ambiental, os cidadãos da Marinha
das Ondas manifestaram-se esta semana contra a eventual localização de uma nova
indústria na sua freguesia. Os incómodos diários são diversos, sendo o mais
evidente os maus cheiros libertados pelas celuloses. Muitas vezes quem “está de
fora” pensa erradamente: “eles já estão habituados”. Não é verdade. Ninguém se
habitua ao “mau cheiro”, seja ele permanente ou temporário. As pessoas sofrem
em silêncio, a sua saúde fica a médio e longo prazo comprometida.
Isto perante o reduzido interesse manifestado pelas
autoridades locais em resolver os problemas, ou pelo menos mitiga-los. Há
passividade face os “interesses económicos em causa”, e assim, sem líderes, a
população resigna-se e aceita a situação sem se manifestar publicamente. Por
isso, a expressão do presidente de Junta da Freguesia da Marinha das Ondas, a
“sanita do concelho”, teve impacto na imprensa regional. Assumir este epíteto é
quebrar com o tal conformismo, assumindo uma legítima vitimização.
Isto no
seguimento da notícia do licenciamento de um centro de tratamento de centenas
de milhares de toneladas de resíduos com origem na indústria agropecuária,
misturados com lamas de ETAR. O problema dos odores, no transporte e tratamento,
é um desafio de engenharia complexo e não pode ser menosprezado porque “lá
nessa terra, já cheira mal”.
As pessoas têm razões para estar atentas e
preocupadas, já toleram muito, na Marinha das Ondas.
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